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Imagem de capa da exposição

Carmela Gross - Quase Circo

São Paulo

SESC - Pompeia

25/03/2024 - 25/08/2024

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Introdução e Texto Curatorial

Introdução e Texto Curatorial

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INTRODUÇÃO E TEXTO CURATORIAL COMUNICADO IMPORTANTE: DEVIDO A IMPREVISTOS NA MONTAGEM DA EXPOSIÇÃO, O MAPA TÁTIL ATUAL NÃO ESTÁ FIEL À LOCALIZAÇÃO DAS OBRAS DO ESPAÇO EXPOSITIVO, MUITO EM BREVE ELE SERÁ ATUALIZADO. POR ENQUANTO, SE DESEJAR, PEÇA AUXÍLIO PARA UMA PESSOA DA EQUIPE EDUCATIVA. ESTA FAIXA CONTA A NARRAÇÃO DE UM TEXTO DE INTRODUÇÃO E DO TEXTO CURATORIAL. Olá! Você está na exposição de arte contemporânea Quase Circo da artista Carmela Gross. Carmela é uma artista plástica brasileira, nascida em São Paulo, com mais de cinquenta anos de carreira. A artista participou de exposições individuais e coletivas no Brasil e em diversos outros países. Quase Circo é uma exposição que reúne 13 obras, a maioria em grande escala, produzidas de 1990 até 2024. Dentre as 13 obras selecionadas pelo curador Paulo Miyada, 2 delas são inéditas e 6 são reedições, ou seja, especificamente para esta exposição no Sesc Pompeia. Falando no Sesc Pompeia, Carmela Gross revive, através de algumas obras, momentos da história deste espaço. O maior exemplo deles é a obra inédita Gato, que materializa os desenhos à mão livre da arquiteta, Lina Bo Bardi, que projetou este Sesc na década de 80. São instalações luminosas e se encontram nas passarelas que ligam as torres dos blocos esportivos. A exposição conta com diversos recursos de acessibilidade, como: videolibras, audiodescrições, mapa tátil, reproduções de obras, e materiais educativos acessíveis. Todos os videolibras e descrições artísticas estão disponíveis através dos qr codes localizados nas legendas de cada obra. Você pode saber mais sobre a exposição por lá. Além do mapa tátil próximo a entrada da área de convivência do Sesc, você também vai encontrar um carrinho com materiais educativos acessíveis e reproduções de obras táteis. Estes recursos são um convite para você acessar a exposição de outras formas. Sugerimos que procure alguém da equipe educativa e desejamos uma boa visita! Quase Circo Por Paulo miyada Toras de madeira, cordas, muita lona e o chão batido de um terreno baldio bastam para que se comece a montar um circo. Mais corda, algum arame, uma vara comprida, talvez um monociclo e farta dose de equilíbrio são ingredientes para preparar sua primeira atração. Um antigo galpão industrial, um espelho d’água, poltronas confortáveis e um grande afluxo de pessoas podem bastar para conformar uma área de convivência. Dezenas de objetos descartados e restos de construções, centenas de metros de corda e a estrutura de madeira do galpão produzem um emaranhado chamado de RODA GIGANTE. Escadas altas e lâmpadas tubulares rosa encaixam-se em uma instalação. Encontros entre coisas que, sem se disfarçarem, produzem algo a mais que a simples soma de suas partes. Esse algo a mais é o desenho, o desígnio, o desejo. Esta exposição é uma convergência. De uma parte, a obra da paulistana Carmela Gross, que há quase seis décadas produz arte como uma forma peculiar de observar, deslocar e recombinar as coisas do mundo, muitas vezes fazendo dos despojos do crescimento urbano a matéria de suas obras. De outra parte, a arquitetura da italiana Lina Bo Bardi, que encontrou no Brasil lições sobre o trabalho, arquitetura e design populares, que ela estudou e incorporou em sua própria arquitetura de princípios modernistas. O cenário desse encontro é o Sesc Pompeia, esta fábrica de tambores reinventada como lugar de lazer, cultura, educação e serviço social. Aqui, onde a mínima quantidade de elementos acrescentados pela arquiteta cativam o máximo de usos espontâneos, espraiam-se obras sem moldura, objetos e instalações apoiados diretamente nas paredes, no piso e na cobertura do galpão. Construindo o mínimo de paredes expográficas possível, vimos obras de Carmela Gross realizadas nos últimos 34 anos candidatarem-se para conversar entre si e com o lugar. Algumas delas foram feitas para ser expostas aqui em outras ocasiões, outras foram criadas agora, com esse propósito, e há ainda aquelas que se transmutaram para se combinar em uma inundação de tons de vermelho. Juntas, elas tomam o galpão-picadeiro, armam a cena e aguardam sua descoberta, ó, respeitável público. Paulo Miyada Curador da exposição

Bandeira Pivô

Tecidos e estrutura metálica. 360 × 350 cm.

Carmela Gross

Bandeira Pivô
Bandeira Pivô
Bandeira Pivô

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BANDEIRA PIVÔ, 2024 A instalação é composta por fragmentos de tecidos retangulares e alongados, pendurados numa barra rebaixada que os permite chegar até quase tocar o chão, mas não tocam. Esses tecidos se sobrepõem, ao lado, em frente, atrás um do outro, e tem as cores variando entre tons de vermelho. Os fragmentos de tecido se dividem em dois grupos perpendiculares um ao outro. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA BANDEIRA PIVÔ pode ser vista como o portal desta exposição. Foi montada a partir de muitos tecidos coloridos, pendurados e sobrepostos, uns sobre os outros. Eles estão pendurados em traves metálicas que foram fixadas em colunas do galpão, logo na entrada. Através de dois mecanismos de eixos, encaixes e rolamentos a obra faz movimentos giratórios pivotantes. Ela pode ser vista como um varal improvisado, como um estandarte, como uma bandeira ou, talvez, como uma cortina de circo!

Rouge

Batom e carrinho de pipoca. 185 x 126 x 70 cm.

Carmela Gross

Rouge
Rouge

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ROUGE, 2018 Hum, que cheiro de pipoca. Geralmente em praças ou em frente a cinemas e teatros, e até mesmo em frente ao Sesc Pompeia ficam os pipoqueiros com seus carrinhos de pipoca. O modelo clássico de carrinho de pipoca, com duas rodinhas e janelas de vidro, ganha uma nova roupagem na obra de Carmela Gross, uma vez que a artista o pinta completamente de batons de diferentes tons de vermelho. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA Um carrinho de pipoca circula pela cidade, empurrado pelo vendedor ambulante. Ele foi o suporte escolhido para receber uma pintura especial em toda a sua superfície... O corpo metálico, as pequenas portas, a capota, a caixa de vidro, as rodas foram inteiramente recobertas com a massa colorida usada para a fabricação de batom. A massa pastosa o recobre por inteiro, com muitos rosas, vermelhos, vermelhões, alaranjados e carmins... grandes superfícies vermelhejantes. A dinâmica dos gestos da pintura deixa suas marcas nas misturas de muitos tons, transparências e opacidades ao acaso. Não mais pipocas à venda. Às avessas, os vidros-mostruário e seu corpo-móvel expõem a encarnação sensual do batom...

Escadas Vermelhas

13 Escadas e lâmpadas tubulares vermelhas. 550 × 2150 × 370 cm.

Carmela Gross

Escadas Vermelhas
Escadas Vermelhas

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ESCADAS VERMELHAS, 2012/2024 Escadas vermelhas é uma instalação que contém 13 escadas industriais, encostadas em uma das paredes do galpão da área de convivência. Elas vão do chão ao teto e são iluminadas com lâmpadas tubulares vermelhas. A obra é refletida no espelho d'água em frente a ela. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA Escadas vermelhas é uma instalação que foi realizada pela primeira vez em 2012, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Fáceis de carregar e armar, escadas são máquinas simples. Diminui o esforço do corpo para atingir alturas desejadas pelo olhar. Hoje, as escadas viraram, para nós, utensílios corriqueiros e banais. Porém, na memória esquecida, no avesso de tudo, são mais do que isso. Nasceram como armas de guerra. Foram da primeira geração de máquinas a levar a luta para além do solo, como as pedras e as flechas. Essa ambivalência era instigante: banalidade e potência a um só tempo – coisa do dia-a-dia e máquina de vida ou morte... Para compor este trabalho, a artista escolheu 13 escadas industriais disponíveis no mercado, e imaginou lâmpadas fluorescentes brancas acopladas a cada um dos degraus e das traves verticais. Nesta nova instalação em 2024, as lâmpadas brancas foram substituídas por lâmpadas vermelhas, fazendo reverberar no espaço e nos reflexos do espelho d’água a luminosidade de vermelho intenso.

A Negra Vermelha

Filó de náilon e estrutura de ferro sobre rodas. 330 x 200 x 200 cm.

Carmela Gross

A Negra Vermelha
A Negra Vermelha
A Negra Vermelha
A Negra Vermelha

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A NEGRA VERMELHA, 1997 / 2024 A Negra Vermelha, de 1997 com reedição em 2024, é uma instalação com altura de 2,8m feita de tecido tule vermelho. É preciso alongar o pescoço para vê-la completa. Tem formato cônico com uma abertura circular no topo da obra. O caimento do tecido lembra um grande vestido pregueado. As várias camadas de tule trazem transparência. Esta é uma reedição da obra A Negra, que foi exposta pela primeira vez nos anos 90 no canteiro central da avenida paulista. A edição original fazia referência a obra com o mesmo nome de Tarsila do Amaral. A artista faz um comentário sobre as obras numa entrevista a Dora Longo Bahia de 2004: “Elas não se aproximam pelos aspectos formais, nem andam juntas no mesmo espaço. Apropriei-me do nome para repensar meu trabalho em chave histórica. (...), mas, enquanto na obra antológica de Tarsila, a negra aparece como um corpo sem veste, só superfície, no meu trabalho, a figura fantasmática negra é um corpo vazio, com a sua vestimenta de tule”. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA Em 1997, A NEGRA foi apresentada na avenida Paulista, na mostra Diversidade da Escultura Brasileira Contemporânea, organizada pelo Itaú Cultural. A NEGRA, um objeto-montagem foi feita em ferro e tule de nylon preto, armado sobre rodas que possibilitavam o seu deslocamento no asfalto, ao longo da avenida. A NEGRA, um objeto-imagem, que se misturava ao movimento da rua, e contracenava com a cidade mutante dos transeuntes.

Uma Casa

Lâmpadas tubulares e tripés metálicos. 300 × 300 × 200 cm.

Carmela Gross

Uma Casa
Uma Casa
Uma Casa
Uma Casa
Uma Casa

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UMA CASA, 2007 Desenho de uma casa suspenso no ar. A casinha, de base retangular e teto triangular, exercício básico de desenho para estudar profundidade, agora seus riscos são luzes neon cor de rosa que dão a sensação de flutuar no espaço. A casa está levemente curvada e quem a vê de longe parece que está voando ou caindo. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA UMA CASA compõe-se de 22 tripés que sustentam 22 lâmpadas tubulares rosa. Os tripés são ajustados de modo que cada lâmpada tenha uma certa inclinação e uma altura determinada, formando um desenho no ar: o esquema básico de uma “casa”. As linhas luminosas demarcam os contornos das paredes, do piso e do telhado. A fragilidade dos apoios, seu equilíbrio instável e um certo desalinho fazem com que todo o conjunto pareça flutuar no vazio, como se estivesse à deriva... ou ao sabor dos ventos. Quem sabe, uma casa como aquela de que falava Vinicius de Moraes – era uma casa muito engraçada...não tinha teto, não tinha nada...

O Fotógrafo

Lâmpadas tubulares e cavaletes metálicos. 700 × 550 × 130 cm.

Carmela Gross

O Fotógrafo
O Fotógrafo

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O FOTÓGRAFO, 2001 Instalação luminosa, posicionada no chão sobre cavaletes metálicos, que dão a sensação de estar suspensa. A obra mede 7 metros por 5 e sugere o formato de um corpo com braços e pernas abertas desenhado somente com linhas retas. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA O FOTÓGRAFO, é um desenho-luz no espaço, que remete à figura reclinada de um homem em pedaços agigantados e distendidos – braços, pernas, pés, tronco e cabeça. Seus traços luminosos são feitos de lâmpadas tubulares vermelhas fixadas em cavaletes metálicos muito finos, que se ajustam, se compõem e se distribuem pela sala. No chão espalham-se muitos metros de fios emaranhados. A figura assim desenhada faz lembrar as representações de desenhos infantis esquemáticos, aqueles bonecos de palitos, sintetizados em linhas segmentadas, que demarcam o corpo mediante um tracejado direto, sem volume nem espessura: um signo. Inscreve-se como corpo e traço, como desenho e matéria incandescente... tal como um signo urbano.

Estandarte Vermelho

Ferro e tecido. 400 × 400 cm.

Carmela Gross

Estandarte Vermelho
Estandarte Vermelho
Estandarte Vermelho

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ESTANDARTE VERMELHO, 1999/2024 Estandarte vermelho é uma obra sempre construída nas quinas de paredes dos espaços por onde passa. Um grande pano vermelho é segurado por uma estrutura de ferro, compostas por três hastes. Uma haste vertical e duas horizontais com o tecido vermelho por cima. O formato final se parece com o de estandartes suspensos ou também alguém vestindo túnica de braços abertos, mas também fica aberto para possíveis interpretações. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA Na sua primeira exibição, em 1999, ESTANDARTE VERMELHO homenageava Zé Celso Martinez Correa, ator, diretor e dramaturgo brasileiro. Naquela ocasião, o Sesc Pompeia recebeu a exposição Prêmio Multicultural Estadão. O jornal elegeu um conjunto de figuras emblemáticas do mundo artístico e convidou alguns artistas para homenagear cada uma dessas figuras. A obra de Carmela, hoje, está localizada no mesmo lugar do Sesc Pompeia de quando foi exposta há três décadas atrás. Naquela época, assim como agora, o trabalho é composto por um manto vermelho envolvendo três hastes metálicas – uma haste vertical de quatro metros encostada na quina do edifício e outras duas hastes horizontais menores, abertas em diagonal. O estandarte, como um grande abraço, evoca a ideia de uma figura teatral, um duplo do Zé Celso.

Luz del Fuego

Vídeo. 16’52”.

Carmela Gross

Luz del Fuego
Luz del Fuego
Luz del Fuego

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LUZ DEL FUEGO, 2018/2024 O vídeo LUZ DEL FUEGO (2018-2024) é inteiramente silencioso e foi feito a partir de fotos de jornal, recolhidas entre fevereiro de 2012 e novembro de 2016. As fotos registram conflitos em diversos países, como: Egito, Iraque, Tunísia, Líbia, Síria, Turquia, Palestina, Ucrânia, Israel, México, Líbano, Paquistão, Bangladesh... Além de confrontos de rua em Atenas, Roma, Barcelona, Madri, Caracas, Washington, Baltimore, Santiago e Frankfurt. Há também fotos de conflitos durante as manifestações de junho de 2013 em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Assim como fotos dos incêndios do Memorial da América Latina, do Museu da Língua Portuguesa e do Liceu de Artes e Ofícios, ou ainda, do fogo que consumiu favelas brasileiras em diferentes momentos históricos. Através da imagem documental, e do modo operante da artista, que é a repetição, a obra utiliza o elemento fogo como condutor da narrativa que evidencia conflitos de ordem política e social.

Rio Madeira

Sarrafos de madeira pintados. cerca de 90 m2.

Carmela Gross

Rio Madeira
Rio Madeira
Rio Madeira
Rio Madeira

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RIO MADEIRA,1990 / 2024 A obra instalativa feita especificamente para este espaço, está disposta ao longo da maior parte da margem do espelho d'água da área de convivência do Sesc e tem cerca de 90M2. Centenas de pequenas varetas de madeira, sarrafos de aproximadamente 15 cm cada um, juntam-se em grupos de cores e formam uma espécie de grafismo que realça o desenho do contorno do espelho d'água. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA Rio Madeira foi exposto pela primeira vez, em 1990, no Sesc Pompeia, na exposição Gente de fibra. É outra obra que foi criada especificamente para este espaço décadas atrás e que está sendo revivida em 2024. A obra é feita de sarrafos de madeira, de tamanhos diferentes, dispostas diretamente no chão. Muitos são pintadas de verde; outros tantos, de vermelho. O modo como eles se compõem em diferentes direções, com ritmos variados, mais próximos ou afastados uns dos outros, cria uma massa vibrante junto às margens sinuosas do espelho-d’água, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Os sarrafos podem ser vistos como uma espécie de rabisco gigante: um grafismo desenhado no chão. Ainda que com outra materialidade, eles respondem ao movimento das águas, evocando, talvez, uma corredeira.

Bando

Série de 78 desenhos. Srigrafia sobre zinco. Dimensões variadas.

Carmela Gross

Bando
Bando
Bando

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BANDO, 2016/2024 A instalação de Bando é composta por um corredor de paredes em madeirite rosado, como aqueles de tapume de obras. Nas paredes estão uma série de gravuras com silhuetas de animais organizadas uma ao lado da outra. O público cruza o corredor em meio a metade de bichos de um lado e a outra metade de outro. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA Bando são 78 desenhos de animais. Cada um deles sugere uma silhueta, um vulto sem detalhes. Na primeira versão deste trabalho, em 2016, o conjunto de 78 desenhos era feito com tinta verde e grafite sobre o papel. Os animais eram situados em meio a campos cinzas de rabiscos de grafite. Para esta exposição, o Bando foi refeito, os mesmos desenhos foram impressos com tinta verde em cima de chapas metálicas. A diferença é que agora eles aparecem dispostos, lado a lado, num extenso corredor de madeira. São espectros de animais de todos os tipos que nos cercam, à espreita. As placas de zinco e as pranchas rosa de madeirite, materiais que compõem o corredor, nos lembram dos tapumes e do arranjo precário de tantas construções, nos becos e terrenos baldios de nossas cidades. Esta obra possui um material educativo acessível interativo.

Figurantes

Painel de LED. 114 × 233 × 9,5 cm.

Carmela Gross

Figurantes
Figurantes
Figurantes

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FIGURANTES, 2016 Quatro painéis luminosos retangulares com letreiros em vermelho correndo da direita para a esquerda incessantemente. Ficam dispostos um ao lado do outro na parede e nas telas algumas palavras vão se alternando: batedores de carteira, ex-presidiários, vigaristas, traficantes, biscateiros, arrivistas, herdeiros arruinados, vagabundos e desocupados de toda ordem...batedores de carteira, ex-presidiários, vigaristas, traficantes biscateiros, arrivistas, herdeiros arruinados, vagabundos e desocupados de toda ordem...batedores de carteira, ex-presidiários, vigaristas, traficantes biscateiros, arrivistas, herdeiros arruinados, vagabundos e desocupados de toda ordem. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA FIGURANTES é uma obra composta de palavras que desfilam uma após a outra. Elas circulam na tela de um painel luminoso vermelho, igual aos tantos que se encontram em bares, lojas e postos de gasolina com anúncios comerciais. Mas aqui, em vez de produtos e serviços, o painel apresenta um cortejo de figuras como: trabalhadores temporários, novatos, herdeiros arruinados, vigaristas, bandidos decadentes e tantos outros... Estes são os listados por Marx no livro O Dezoito de Brumário de Luís Napoleão em 1852. No painel luminoso, eles passam, enfileirados ombro a ombro. A artista coloca este particular grupo no painel de LED, em exposição luminosa. Dessa forma, Carmela reatualiza grupos que surgiram depois deste, e aponta para tantos outros que circulam nas cidades contemporâneas, parcelas das cidades que escolhemos não ver.

Roda Gigante

Objetos e cordas. Cerca de 430 m2.

Carmela Gross

Roda Gigante
Roda Gigante
Roda Gigante
Roda Gigante
Roda Gigante

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RODA GIGANTE, 2019 /2024 Roda gigante é uma instalação que ocupa uma grande área do galpão do Sesc Pompeia, de aproximadamente 430 m2. Composta por diversos objetos apoiados no chão e conectados ao teto do galpão por cordas que se entrecruzam criando uma teia de conexões. Na reprodução tátil em miniatura, é possível colocar a mão por dentro desse emaranhado de conexões e sentir como é a disposição entre eles. UM POUCO MAIS SOBRE A OBRA RODA GIGANTE é uma instalação em grande escala composta por um conjunto de aproximadamente 320 objetos no chão. Cada um dos objetos, fixos no solo, é amarrado com cordas que vão até o telhado. Assim, o todo do ambiente aparece permeado pelas múltiplas cordas entrecruzadas em várias direções, criando, visualmente, uma espécie de trama irregular de muitas cores e espessuras variadas. A primeira criação desta obra foi em 2019 e é uma das obras reeditadas em 2024 para este espaço do Sesc Pompeia. Foram escolhidos objetos fora de uso ou obsoletos..., que podem ser reconhecidos como fragmentos do que já foram um dia...são utensílios banais: como baldes, tambores, fardos, peças mecânicas, pneus, contrapesos...em suma, uma monstruosa coleção de mercadorias. Paulo Miyada, curador desta exposição, escreveu que Carmela Gross cria um ambiente que sugere movimento, tensão e suspensão. Ele pergunta: “É uma roda gigante que entretém com sua ilusão de mobilidade, girando e girando sem sair do lugar?”. Esta obra possui uma réplica tátil em miniatura.

Gato

Instalação, 4 painéis luminosos. medidas variadas.

Carmela Gross

Gato
Gato
Gato
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GATO, 2024 GATO é uma das obras inéditas desta exposição, criada especificamente para o prédio do Sesc Pompeia. É a única obra que está na área externa. Para chegar lá, saia da área de convivência e vire a direita, desça o corredor central entre os galpões do sesc, se oriente pelo piso liso que fica entre os paralelepípedos. Siga-o até o final e vire seu corpo para a esquerda. Nesta direção já é possível ver as passarelas que ligam os dois prédios e a obra GATO. A obra fica nas passarelas que ligam os dois prédios do complexo de esportes. As 4 passarelas cortam o ar com o céu ao fundo. A obra são grandes palavras escritas em caligrafia luminosa, uma em cada cor, uma em cada passarela. Carmela realiza um projeto, que era apenas um desenho de Lina Bo Bardi, arquiteta que projetou o Sesc Pompeia, em que as passarelas aparecem representadas à mão livre. No desenho, a arquiteta pintou com caneta colorida uma das passarelas em amarelo, outra em vermelho, outra em azul e a outra em verde – anotando ao lado as palavras que designam essas cores em italiano: giallo, rosso, blu e verde. Carmela, então, imaginou, tornar real aquilo que teria sido um esboço da arquiteta. Depois de muitos estudos, projetos e avaliações dos materiais a artista optou por construir, no corpo das passarelas, os nomes das cores, com grandes letras luminosas, em italiano mesmo, para enfatizar a homenagem à Lina. Os esboços dos desenhos de Lina da década de 80, que não se concretizaram, ganham vida e materialidade efêmera no Sesc Pompeia em 2024. No processo de elaboração deste trabalho, Carmela o associou a um improviso, a um expediente provisório, apelidando-o de “gambiarra” ou “um gato”, como se diz! No caminho até o GATO, você vai passar no meio dos galpões que já foram um dia uma fábrica, reformados pela arquiteta Lina Bo Bardi. As paredes altas deixam aparente os tijolos originais sem revestimento, tubulações e detalhes em ferro todos pintados de vermelho também à mostra. Nos interiores não existe forro, deixando o telhado da antiga fábrica visível.