The Art of Banksy Apresentação e Orientação The Art of Banksy: “Without Limits” reúne mais de 150 obras do grafiteiro anônimo mais conhecido da atualidade. A exposição apresenta um panorama da obra de Banksy com gravuras, fotos, litografias, serigrafias, esculturas, murais, instalações imersivas e vídeos documentais sobre a vida e obra do artista. As salas são dividas por temas com obras que tratam de imigração, consumismo, mercado da arte, cultura pop e conflitos como o da Ucrânia e de Israel. Alguns dos projetos mais ambiciosos são apresentados de forma mais detalhada, como o “Walled Off Hotel”, ou “Hotel Emparedado”, criado na cidade palestina de Belém, onde é possível hospedar-se em meio a obras do artista. Anunciado como o hotel com “a pior vista do mundo”, do prédio se vê a altamente controversa barreira israelense da Cisjordânia, que separa Israel dos territórios palestinos. Outro destaque é o parque distópico “Dismaland”. O projeto artístico temporário, com curadoria por Banksy, é definido pelo proprio artista como “um parque de diversões temático familiar impróprio para crianças”. O projeto de acessibilidade da exposição vai passar por todas as salas destacando as obras mais importantes do artista. Este conteúdo está dividido em 19 faixas com versões em Audiodescrição e LIBRAS. Em todas as salas há um QR Code, que dá acesso ao conteúdo acessível do espaço. Mas, para que você tenha uma experiência completa, os orientadores da exposição foram treinados e estão à disposição para te conduzirem nesta jornada. Caso você ainda não tenha solicitado a ajuda de um deles, faça isso agora e viva essa impactante experiência.

Hall de Entrada A parede à direita no hall de entrada é de tijolos pretos, sobre os quais está o título da exposição, escrito em letras brancas de estêncil: The art of Banksy “without limits”. À frente, sobre uma parede inteiramente pintada de preto, a frase em grandes letras brancas escorridas em estilo de pichação que diz: “A lot of people never use their initiative because no one told them to”. À esquerda da entrada está a obra MONKEY DETONATOR, ou [MACACO DETONADOR], de 2002, realizada em serigrafia sobre tela. A obra apresenta um macaco pintado em estêncil, de cor preta sobre o fundo branco. O macaco está debruçado sobre a alavanca de detonação de uma bomba, como a fazer força para acionar o explosivo. Colada à parede da entrada da primeira sala da exposição, está uma reprodução ampliada da obra “PULP FICTION”, de 2002. Neste estêncil predominantemente em preto e branco e em alto contraste, Banksy recria uma cena do filme ícone da cultura pop, Pulp Fiction – Tempo de violência, de Quentin Tarantino. Na imagem, Samuel L. Jackson e John Travolta, lado a lado, apontam suas armas de fogo na mesma direção. No entanto, suas armas foram substituídas por bananas amarelas brilhantes, empunhadas como pistolas.

Corredor Na parede, à esquerda, há uma frase escrita em letras brancas, com textura de pinceladas à mão livre. A frase diz: “Art should confort the disturbed and disturb the confortable”. De frente para a frase, do outro lado do corredor, está a obra THE MILD MILD WEST, [O OESTE BRANDO], de 1999. Com a técnica de serigrafia sobre alumínio, Mild Mild West reproduz um mural de grafite realizado sobre uma parede de tijolos aparentes em Bristol, na Inglaterra. A obra retrata um ursinho de pelúcia em vias de arremessar um coquetel molotov na direção de três policiais da tropa de choque. O traço é cartunesco, como um desenho animado. O ursinho de pelúcia no canto direito da obra é ligeiramente mais alto que os três policiais que carregam escudos e usam o capacete típico da força armada inglesa. A imagem parece o retrato de uma cena em movimento. O urso, de contornos fortes em preto, é ligeiramente amarelado e equilibra-se na perna esquerda enquanto segura o molotov aceso apontado para os policiais, que por sua vez estão em posição de corrida em direção ao urso. Na parte superior da obra, está escrito “The Mild Mild West”, em letras brancas escritas em spray à mão livre sobre o muro de tijolos pintados de preto. Na parte inferior da obra, onde os tijolos estão pintados de branco, está a assinatura de Banksy escrita em grandes letras pretas de estêncil.

Security Room Através de uma cortina de fitas de plástico, em uma sala predominantemente branca, está a instalação DISMALAND ENTRANCE, ou [ENTRADA DE DISMALAND], de 2015. Dismaland é o maior projeto de Banksy até hoje. Trata-se de um parque de diversões produzido dentro do Tropicana, um centro de lazer abandonado em Weston-super-Mare, na Inglaterra. A atração foi pensada como um “Parque de Entorpecimento” para um dia em família, mas em vez de uma terra da fantasia edulcorada, surge como num espelho distorcido. Um parque de diversões ao estilo de Banksy – sombrio, irônico, afiado e perturbador. Para esse enorme projeto, Banksy convidou 50 artistas de 17 países e criou “um parque de diversões que abraça a brutalidade e a criminalidade de baixo nível”. Nesta sala foi instalada a entrada de Dismaland, uma espécie de paródia de entradas de parques de diversão famosos. Há dois detectores de metais falsos ao lado de duas falsas esteiras de raio-X, com o desenho de botões coloridos. Os elementos da sala são brancos, com os contornos pintados em preto de forma irregular, como a reprodução realista de um rascunho feito à mão. No canto esquerdo, uma mesa de trabalho, com uma escultura que reproduz o formato de um computador com teclado, na mesma linguagem de fundo branco, contornos e botões pintados de preto. No alto, junto ao teto, a escultura de uma câmera de segurança branca, com os contornos pintados em preto. Penduradas na parede à esquerda, duas esculturas em formato de rifle, pintadas também de branco e com os contornos trêmulos em preto. Entre os dois detectores de metal, uma placa onde se lê “Welcome”. Na placa, vários círculos vermelhos com uma faixa transversal, indicando os itens proibidos, como um gato, uma taça de martini, uma pílula de remédio, uma cueca, uma granada, um carro, um unicórnio, entre outros.

NAPOLEON ROOM (PARTE 1) A parede à direita da entrada tem uma textura de concreto aparente, com algumas obras penduradas em fila. A primeira é MONKEY GUNS, ou [ARMAS DE MACACOS], obra de 2003 em serigrafia sobre papel. Na obra, a imagem de um macaco tremido, indicando movimento, que segura duas pistolas. Os macacos são um tema recorrente no mundo de Banksy. Em seguida está a obra PARANOID PICTURES, de 2003, feita em serigrafia sobre papel. A imagem apresenta uma paródia do logotipo da Paramount Pictures, com o letreiro alterado para Paranoid Pictures. Sua primeira aparição foi em 2003, como uma pequena edição em tinta spray acrílica e estêncil sobre tela. Como Banksy disse em seu livro “Banging Your Head Against a Brick Wall”: “Sua mente funciona melhor quando você está paranoico. Você explora todos os caminhos e possibilidades de sua situação em alta velocidade com total clareza.” Junto ao canto da parede há um pedestal com a obra ADONIS WITH TEARGAS, ou [ADÔNIS COM GÁS LACRIMOGÊNEO], de 2017, feita em algodão de fibra de vidro. A escultura apresenta um busto de Adônis, figura da mitologia grega, em estilo neoclássico, com a coloração imitando mármore. A boca e o nariz de Adônis estão cobertos por uma bandana, deixando à mostra seus olhos e seus cabelos. Junto à base da estátua, a réplica de uma bomba de gás. O gás representado pelo algodão de fibra de vidro sobe em espiral em volta do busto, formando uma nuvem de fumaça em torno de Adônis. O quadro ao lado é SPRUNG HORSE, ou [CAVALO DE MOLAS], de 2006, obra feita em serigrafia sobre tela. A imagem retrata de forma realista um soldado britânico do século 19, com seu alto capacete pontudo dourado, jaqueta vermelha, luvas brancas e espada em punho sobre um cavalo marrom. As patas do cavalo, entretanto, estão ausentes, substituídas por uma grande mola de metal, como um brinquedo em tamanho real. A mistura de símbolos de poder e nobreza com o elemento lúdico do brinquedo infantil proporciona um efeito cômico. Fica exposto o ridículo da guerra e a arbitrariedade das tradições colonialistas, onde soldados desempenham um papel irrefletido, movidos para a batalha como brinquedos na mãos de crianças voluntariosas. Sobre uma textura de pichações, aplicada diretamente sobre a parede, está uma reprodução de NAPOLEÃO, de 2018, feita originalmente em tinta spray e estêncil sobre parede. Retrata um cavalo branco empinado, com as duas patas dianteiras no ar, apoiado sobre as patas traseiras. Montado no cavalo, uma figura humana debaixo de um tecido vermelho, como se um vento batesse na capa do general e cobrisse sua cabeça. Este trabalho faz referência à obra “Napoleão cruzando os Alpes”, de Jacques-Louis David.

Napoleon Room (Parte 2) Fixada na parede, há uma televisão que passa filmes documentais sobre algumas das obras expostas. Em uma moldura mais adiante, está a obra BARCODE LEOPARD, ou [LEOPARDO CÓDIGO DE BARRAS], de 2003, feita em serigrafia sobre papel. A imagem retrata um leopardo caminhando livre, afastando-se de uma espécie de jaula de circo, cujas grades são feitas em forma de um código de barras. Algumas barras da grade estão tortas, indicando o local da fuga. Barcode Leopard tornou-se uma das obras mais reconhecidas e comercializadas de Banksy. Ela apareceu pela primeira vez ao lado de uma casa em Pembroke Road, em Bristol, na Inglaterra. O estêncil foi rapidamente removido do local em agosto de 2010 e ressurgiu inesperadamente quatro anos depois, por ocasião de uma exposição escolar em Somerset. Muito simbolismo pode ser encontrado nesta imagem minimalista que nos remete a ideia da mercantilização da crueldade animal, com espécies à beira da extinção traficadas como objetos de colecionador. No mesmo ambiente, a obra GAME CHANGER, ou [AGENTE DE MUDANÇA], de 2020, é uma pintura à mão sobre tela. A obra predominantemente em preto e branco retrata um menino de joelhos, brincando de super-herói com uma boneca vestida de enfermeira, com capa, máscara cirúrgica e um avental decorado com uma cruz vermelha, o único toque de cor da obra. Em uma cesta de lixo próxima ao menino, vemos Batman e o Homem-Aranha, ignorados. A obra, realizada durante a pandemia de Covid-19, foi vendida por 16,75 milhões de libras (19,45 milhões de euros) em um leilão na Christie’s em março de 2021 – bem acima da estimativa, que era de 2,5 a 3,5 milhões de libras. O valor arrecadado foi doado ao NHS, o serviço de saúde britânico. Nesta galeria está presente a série de ratos, originalmente realizada em estêncil. A obra RADAR RAT, ou [RATO RADAR], de 2004, aqui na forma de uma serigrafia sobre papel emoldurada, apresenta a silhueta em alto contraste de um rato pintada em preto. O animal utiliza fone de ouvido, gravador e captador de áudio sobre um espiral vermelho que simboliza a frequência do som. Também conhecida como Sonic Rat [O rato sônico], essa impressão em tela com detalhes feitos à mão foi produzida pelo POW, Pictures on Wall, coletivo e editora de arte inglesa dos anos 2000 responsável pela popularização de artistas de rua como Bansky. Esse exemplar faz parte de uma edição impressa de 75 exemplares assinados e vendidos por 300 libras durante a Santa’s Ghetto, projeto anual de lojas alternativas no formato pop-up. Esta obra também serviu de capa para o álbum Future, do artista musical Dirty Funker, em 2008. Segundo o próprio Banksy: “Se você é sujo, insignificante e desprezado, então os ratos são o modelo definitivo”. Outra obra da série representando ratos é GET OUT WHILE YOU CAN, ou [SAIA ENQUANTO PUDER], de 2004, em serigrafia sobre papel. A obra apresenta a imagem de um rato em alto contraste, pintado em preto sobre o fundo branco. O rato usa um colar com o símbolo da paz e segura uma placa com o slogan “Get out while you can” escrito em vermelho em letra de pixação, único detalhe colorido da tela. Os ratos de Banksy fazem referência ao chamado “pai do estêncil”, Blek Le Rat. Esse artista de rua francês, que fez fama na década de 1980, também gostava de ratos como tema por seu impacto maciço, ainda que percebido negativamente, nas populações.

War Room Abaixo de um letreiro luminoso que diz: “Walled Off Hotel” , está a reprodução de um quarto de hotel, com uma cama de casal, lençóis e travesseiros arrumados e uma cômoda ao lado. Na parede, ao fundo, está reproduzida a obra PILLOW FIGHT ou [GUERRA DE TRAVESSEIROS], de 2017. Trata-se de uma pintura mural que apresenta um policial de fronteira israelense e um homem palestino em uma guerra de travesseiros. Na imagem, o soldado usa um uniforme verde, de capacete, enquanto o palestino tem o rosto coberto por um tecido. Entre os dois, há penas de ganso espalhadas, como se recém saídas dos travesseiros que os dois empunham. Este quarto é uma replica do Walled Off Hotel, ou [Hotel Emparedado], um hotel de luxo na Palestina anunciado como detentor da “pior vista do mundo”, onde os hóspedes dormem em uma cama king size sob as obras de Banksy. Ao lado da entrada do quarto, interditada por uma corda, há uma televisão passando vídeos sobre o hotel distópico criado por Banksy. Repleto de trabalhos que retratam a situação do conflito entre Palestina e Israel, o Walled Off Hotel se tornou uma de suas maiores declarações políticas. Na parede oposta à entrada do quarto de hotel, está pendurada a moldura da obra HEAVY WEAPONRY, ou [ARMAMENTO PESADO], de 2002. A serigrafia sobre tela reproduz o original em estêncil de um elefante carregando um míssil preso em suas costas por um grande cinto. A silhueta do elefante é retratada em alto contraste, de forma simplificada, em preto sobre fundo branco. A imagem de Heavy Weaponry apareceu em placas de rua, papelão, metal e tela no ano 2000, aproximadamente. Entre outras obras neste espaço, se destaca a escultura SUICIDE MAN, ou [HOMEM-BOMBA], de 2009, feita em fibra de vidro. A obra é uma paródia em escala humana da famosa estátua de David de Michelangelo. Nesta releitura de Banksy, David usa um lenço cobrindo o nariz e a boca e um colete à prova de balas sobre o qual estão fixados cartuchos de bombas. Nesta sala há duas versões da obra FLOWER THROWER, ou [LANÇA-FLORES], talvez a mais icônica criação de Banksy. Uma das versões aqui presentes, de 2002, é impressa em serigrafia sobre papel e está emoldurada. A obra apresenta um ativista, de boné de baseball virado para trás e lenço cobrindo o nariz e a boca, lançando um buquê de flores num gesto idêntico ao de quem atira um coquetel molotov. A imagem em alto contraste é impressa em preto sobre fundo branco, reproduzindo a textura do estêncil. A obra sintetiza temáticas recorrentes para Banky, como a relação paradoxal da arte como vandalismo e do crime como ativismo pela paz. Esta imagem foi reproduzida em uma grande variedade de objetos em todo o mundo. Flower Thrower também foi pintado com spray no muro da Cisjordânia, em Jerusalém, em 2005.

Syria Room A sala tem as paredes cobertas por uma textura de concreto aparente, sobre a qual estão penduradas várias serigrafias sobre papel emolduradas. Uma delas se chama VERY LITTLE HELPS, ou [MUITO POUCO AJUDA], de 2008. Inicialmente grafitada na lateral de uma farmácia na Essex Road, no norte de Londres. A obra originalmente feita em stencil tem um fundo azul pastel suave, com três crianças em preto e branco, em posição solene, junto a um mastro de bandeira. Em posição de juramento à bandeira, duas delas olham para o alto, enquanto a outra mexe na corda no mastro, em gesto de hasteamento. Em lugar da bandeira, entretanto, há uma sacola plástica da Tesco, emblema do consumismo moderno. A obra aponta por meio da ironia como o estado-nação contemporâneo tem muitas vezes menos influência na cultura que as grandes corporações. Aqui, três crianças vestidas de forma tradicional juram fidelidade ao supermercado. No centro da sala, há um balcão protegido por uma caixa de acrílico transparente onde está exposta uma série de pequenas esculturas que fazem parte da instalação do hotel distópico The Walled Off Hotel [Hotel Emparedado], na Palestina. As miniaturas feitas em concreto contém pinturas à mão que representam intervenções de Banksy sobre o Muro da Cisjordânia, na Palestina. A primeira delas, (DONKEY DOCUMENTS) ou [(DOCUMENTOS DO BURRO)], criada em 2018, apresenta um segmento de muro com a pintura em preto de uma silhueta de burro junto a um soldado. O soldado armado está de frente para o burro como a examinar os documentos do animal. Outra miniatura, chamada (BEACH), ou [(PRAIA)], de 2018, apresenta outro segmento do muro da Cisjordânia, desta vez com a pintura de um céu azul ensolarado que se vê através de um buraco no paredão. Junto às rachaduras pintadas, duas crianças, retratadas originalmente em estêncil, brincam no chão deste lado do muro com baldes de praia. A escultura em miniatura intitulada (GIRL WITH BALLOON), ou (MENINA COM BALÃO)], de 2018, outro segmento do muro da Cisjordânia, com a silhueta de uma garota que voa carregada por um conjunto de balões de hélio. Pintada em preto sobre o concreto, a garota tem o braço esticado segurando as cordas dos balões, distante do solo. Na miniatura (BALLOON GIRL), ou (GAROTA DO BALÃO)], de 2018, a parte superior do muro está parcialmente destruída, com as vigas de metal expostas. Há rabiscos escritos à mão e um pequeno boneco, em posição de escrever sobre o muro. Ao lado do boneco, a representação da garota originalmente feita com estêncil. A garota pintada em preto, em alto contraste, olha de lado, com a mão estendida em direção a um balão vermelho em formato de coração.

Stone Heart Room Junto ao canto da sala há uma escultura em escala humana feita em fibra de vidro. Trata-se de PAINT POT ANGEL, ou [ANJO COM LATA DE TINTA], de 2009. A escultura sobre um pedestal imita a textura de mármore e apresenta um anjo de pé, com um vestido esvoaçante e duas pequenas asas abertas. O anjo segura uma flor com as duas mãos em frente ao corpo e tem um grande balde de tinta rosa emborcado sobre a cabeça. A tinta rosa escorre pelo vestido do anjo, respingando até a base da estátua. A obra foi feita a partir de um molde de gesso de anjo do século 19. Banksy exibiu esta obra durante a exposição Banksy vs. Bristol Museum, em 2009. Depois da mostra, ele doou a obra para o Bristol Museums, Galleries and Archives. A maior tela desta sala é ARMORED DOVE OF PEACE, ou [POMBA DA PAZ BLINDADA], de 2007, feita em estêncil e spray. Esta obra retrata uma pomba da paz com um colete à prova de balas, sobre o qual paira a cruz de uma mira vermelha de rifle. A pomba branca leva um ramo de planta com folhas verdes em seu bico e tem as duas asas abertas. O grafite original está localizado na diagonal em frente a uma das torres israelenses e busca colocar o pombo “na mira” dela. Outra obra que aborda a temática da guerra de forma irônica CHILD SOLDIER, ou [CRIANÇA-SOLDADO], de 2011. Feita originalmente com tinta spray e giz de cera sobre muro, esta foi uma das grandes pinturas de Banksy em Hollywood. O tema das armas e crianças é recorrente em muitos de seus trabalhos. Esta obra apareceu em uma parede na Westend Street em Los Angeles, em frente à loja Urban Outfitters, embora não tenha durado muito antes de ser vandalizada com tinta. Na imagem, um garoto pintado em estilo realista, em preto e branco com spray e estêncil, segura uma grande metralhadora apontada para o alto. Em volta do garoto armado, desenhos em estilo infantil feitos com giz de cera colorido representam um jardim florido entre a grama verde. Ainda nesta temática, está a serigrafia sobre papel intitulada HAPPY CHOPPERS ou [HELICÓPTEROS FELIZES], de 2003. Happy Choppers apareceu pela primeira vez em 2002 como uma peça de arte de rua urbana no centro de Londres, no Whitecross Street Market. Desde então, Banksy revisitou o tema do helicóptero muitas vezes. O fundo azul claro de um céu aberto com nuvens brancas remete a desenhos infantis. Em primeiro plano, um helicóptero militar retratado de forma realista, com apenas um detalhe de estranhamento, um lacinho cor-de-rosa acima da cabine, como usado por crianças para prender o cabelo acima da cabeça. Outros dois helicópteros seguem mais atrás junto às nuvens em forma de algodão. A serigrafia Happy Choppers de Banksy foi criada pelo artista em 2003, com uma tiragem de 750 cópias. São 600 cópias não assinadas e 150 assinadas. Além disso, existem 33 provas de artista assinadas. Nas palavras de Banksy: “Os maiores crimes do mundo não são cometidos por pessoas que quebram as regras, mas por pessoas que seguem as regras. São pessoas que obedecem às ordens que atiram bombas e massacram aldeias.”

Queen Room (Parte 1) Entre as telas emolduradas penduradas nas paredes desta sala, está a emblemática RUDE COPPER ou [TIRA GROSSEIRO], de 2002, feita em serigrafia sobre papel. Trata-se de um dos primeiros trabalhos do artista, originalmente feita em estêncil monocromático que retrata um policial britânico mostrando o dedo médio. Sua posição e perspectiva da imagem passam a impressão de um encontro realmente próximo e pessoal. O policial tem um capacete redondo com uma grande estrela na frente. Esta peça também foi produzida em serigrafia, com uma tiragem de 200 cópias não assinadas. Esta é a primeira serigrafia comercial de Banksy, lançada em 2002. Como o título sugere, é uma peça bastante provocadora, com elaborada profundidade de campo, em que a mão estendida fazendo o gesto grosseiro ocupa o centro da imagem. Outra representação das forças armadas aqui presente é a obra KISSING COPPERS, ou [POLICIAIS SE BEIJANDO] de 2006, reproduzida em serigrafia sobre papel. Kissing Coppers é originalmente um estêncil de Banksy que retrata dois policiais britânicos se beijando. Foi revelado originalmente na parede do pub Prince Albert, em Brighton, na Inglaterra, em 2004, e ganhou atenção especial graças à notoriedade de Banksy como artista de rua e ativista provocador. A obra tem sido frequentemente considerada uma das mais notáveis de Banksy. O original foi substituído por uma réplica envolta em acrílico após ser cuidadosamente removido em 2011. A peça original arrecadou 575 mil dólares em um leilão nos Estados Unidos, depois de ser removida da parede do pub de Brighton. Esta peça é perfeita como celebração da tolerância em uma cidade conhecida por sua vibe gay-friendly desde os anos 1960. No entanto, a sociedade inglesa em geral nem sempre foi tão tolerante. Até 2000, os homossexuais ainda eram proibidos de servir nas forças armadas britânicas. STOP ME BEFORE I PAINT AGAIN, ou [DETENHA-ME ANTES QUE EU PINTE DE NOVO] de 2004, é uma serigrafia sobre tela que apresenta um policial e um cachorro, em postura de perseguição junto a um muro com o título da obra pintado à mão livre em letras vermelhas escorridas. Para Banksy, “Algumas pessoas decidem ser policiais porque querem tornar o mundo um lugar melhor. Algumas pessoas decidem ser vândalos porque querem tornar o mundo um lugar mais bonito.” Na obra BANKSY™ MET BALL ou [BANKSY™ BAILE DO MET], de 2019, o artista apresenta um capacete policial com a viseira escrito POLICE e todo coberto de pequenos espelhos quadrados, à maneira dos famosos globos espelhados de discotecas. No outono de 2019, Banksy encheu a fachada de uma loja em Croydon, na região de Londres, com uma coleção de novas obras de arte e a anunciou nas redes sociais como sua nova empreitada, Gross Domestic Product [Produto Interno Bruto]. Esta obra, Met Ball, é um dos destaques da coleção da Gross Domestic Product: The Homewares Brand from Banksy™ [Produto Interno Bruto: A marca de utilidades domésticas de Banksy™]. O Met Ball de Banksy mistura dois mundos opostos. O capacete antimotim simboliza o mundo da autoridade, da polícia, do monopólio da violência pelo Estado; a bola de discoteca, por outro lado, simboliza a diversão e o espetáculo. Juntos, formam um objeto híbrido sagazmente batizado com o nome de um dos eventos mais importantes para as celebridades: O Baile do Met. O trabalho foi descrito como um sistema de iluminação de entretenimento doméstico feito de um velho capacete da tropa de choque com aproximadamente 650 pequenos espelhos.

Queen Room (Parte 2) Outro item de vestuário exposto é o BANKSY VEST, ou [COLETE BANKSY], escultura de 2019. Uma versão do colete masculino inglês “John Bull”, sobre o qual está pintada a bandeira do Reino Unido. Este colete customizado é capaz de resistir à munições de até calibre 45 e é totalmente à prova de facadas, mas não pode ser lavado à máquina. Foi usado pelo rapper Stormzy no Festival de Glastonbury (porque lá é muito perigoso). Na serigrafia sobre papel NO BALL GAMES, ou [PROIBIDO JOGAR BOLA], de 2006, Banksy aborda a relação entre infância e espaço público. A obra apresenta duas crianças brincando sobre um fundo verde claro, em posição de quem joga uma bola para o alto. Em lugar da bola, entretanto, há uma placa com os dizeres “No ball games”. No Ball Games foi grafitado em 2009 no muro de uma loja no cruzamento das ruas Tottenham High Road e Philip Lane, no norte de Londres, mas desde então foi removido e vendido pelo grupo Sincura em 2013, por um valor estimado de 500 mil libras, com os ganhos destinados a crianças carentes. A obra foi retirada pelo grupo como parte de seu polêmico projeto Stealing Banksy [roubando Banksy]. Muitos afirmaram que o significado da obra seria perdido com sua remoção, mas também que um pedaço do patrimônio da área seria tomado. Banksy condenou a remoção da obra pelo grupo, dizendo que: “A exposição não tem nada a ver comigo e acho nojento que as pessoas possam expor arte nas paredes sem obter permissão”. Na série de serigrafias sobre tela KATE MOSS (RED, LIME, GREEN), ou [KATE MOSS (VERMELHO, VERDE-LIMÃO, VERDE)], de 2005, Banksy apresenta uma releitura da série de Marilyn Monroe em diferentes cores feita por Andy Warhol. As telas de Banksy apresentam retratos de Kate Moss em variações de cores de fundo e de cabelo, à maneira dos famosos quadros de Warhol. Na temática do consumismo, a serigrafia sobre papel TROLLEY HUNTERS [CAÇADORES DE CARRINHOS DE SUPERMERCADO], de 2007, retrata uma cena de homens ancestrais agachados na relva em posição de caçada. No lugar do grupo de animais estão carrinhos de supermercado vazios. Um dos homens se ergue com uma lança apontada para o bando de carrinhos. Outra serigrafia nesse tema é SALE ENDS TODAY, ou [A LIQUIDAÇÃO ACABA HOJE], de 2006. A obra retrata um grupo de mulheres em trajes solenes prostradas em reverência religiosa diante de um grande letreiro vermelho, onde se lê “Sale Ends”. Nesta mistura entre consumo e fé está também CHRIST WITH SHOPPING BAGS, ou [CRISTO COM SACOLAS DE COMPRAS], serigrafia de 2004 que apresenta Jesus crucificado, com a adição de sacolas de compra de marcas famosas em cada uma de suas mãos presas à cruz.

Mirror Room Esta sala tem três de suas paredes e o teto revestidos de espelhos. Uma projeção de vídeo em looping ocupa toda a parede branca restante, sendo refletida por todos os espelhos. No vídeo, registros fotográficos de diferentes murais de Banksy. As imagens dos murais são animadas, com intervenções digitais, letreiros em movimento e efeitos de transição. Uma das imagens apresenta um mural realizado na rua. Com tinta branca foram apagadas as três últimas letras da palavra “PARKING”, restando apenas PARK. O letreiro que indicava um estacionamento passa a designar um parque. Uma mulher é retratada em estêncil, sentada em um balanço em movimento cujas cordas estão amarradas na letra. Pétalas caem. São exibidas animações de murais icônicos de Banksy, como o ativista atirando flores, a garota com balões voando para fora do muro da Cisjordânia e a menina fugindo do ataque de napalm de mãos dadas com o Mickey.

Parliament Neste espaço estão dispostas várias reproduções em serigrafia de telas à óleo emolduradas. São obras da série de Banksy, a Crude Oils Exhibition, ou [Exposição de óleos brutos], de 2005, de pinturas a óleo modificadas pelo artista. A obra INCIDENT BOARD, ou [QUADRO DE INCIDENTES], de 2005 é parte de uma série em que o artista se apropria das pinturas dos velhos mestres, adquiridas em mercados de pulga, nas quais incorpora as figuras características de seus estênceis. Com isso, ele aborda questões relevantes e formula comentários sociais contundentes por meio do humor subversivo. Nesta pintura de estilo impressionista, Banksy coloca uma placa de incidente na floresta. Da mesma série, a obra CCTV COUNTRYSIDE ou [C MERAS DE CIRCUITO FECHADO NO CAMPO], de 2006, mostra um poste com câmeras de vigilância em uma paisagem bucólica copiada de uma pintura a óleo histórica. O contraste entre o elemento da tecnologia moderna e a aura clássica do pano de fundo cria uma tensão emocionante que está no cerne do estilo irônico de Banksy. A série é tanto uma referência às ideias do readymade de artistas como Marcel Duchamp, bem como às ideias da arte pop em torno da produção e apropriação em massa. Banksy inseriu essas obras de arte, com sucesso, em exposições de respeitados museus e galerias de arte em todo o mundo, incluindo o Louvre, a Tate, o British Museum e o MoMA de Nova York. Fora da série de pinturas a óleo, obra MEDIA CANVAS, ou [TELA DA MÍDIA] de 2006, é feita em serigrafia sobre tela. A imagem predominantemente em preto e branco retrata os escombros de um bombardeio. Ao centro, em primeiro plano, está uma menina que segura um ursinho de pelúcia em meio ao cenário devastado. Um dos poucos detalhes em outra cor é o vermelho do sangue que escorre do nariz e boca da criança. Atrás da menina, à esquerda, um homem agachado aponta para ela uma câmera fotográfica e sorri. À direita da garota, uma mulher com fone de ouvido e uma pasta na mão direita impede o avanço de dois médicos com cruzes vermelhas sobre o colete branco. No canto direito, um cinegrafista aponta uma câmera de vídeo para a garota.

Dismaland Neste espaço estão expostas obras relativas ao parque de diversões distópico, Dismaland Bemusement Park, que abriu em Weston-super-Mare na Inglaterra, no dia 21 de agosto de 2015 e ficou em funcionamento até 27 de setembro, recebendo 150 mil visitantes. O parque foi projetado por Banksy com a colaboração de 59 artistas contemporâneos, incluindo Damien Hirst e Jenny Holzer. Sobre uma pilastra preta está a obra LAUGH NOW MONKEY SIGNBOARD, ou [RIA AGORA, MACACO COM LETREIRO], de 2003. A placa triangular amarela feita em serigrafia sobre alumínio apresenta a silhueta preta em alto contraste de um macaco. O animal tem uma expressão entre o mau humor e a tristeza e leva pendurado pelos ombros um sinal onde se lê a assinatura de Banksy em estêncil. Protegido por uma caixa de acrílico está o livreto PROGRAMA OFICIAL DA DISMALAND, de 2015, com 64 páginas que trazem fotografias, mapas, esboços do próprio parque; interior do parque e seus projetos; seção de Perguntas & Respostas com artistas selecionados; e amostras das obras expostas no parque e seus respectivos autores. O espaço conta com outros objetos do parque, como as notas de dinheiro usadas no local, o mapa e vídeos em repetição anunciando o projeto. Um desses objetos é o DISMALAND IMBECILE BALLOON, ou [BALÃO DISMALAND IMBECIL], de 2015. Trata-se de um balão inflável de plástico preto onde se lê “I AM AN IMBECILE”, texto do artista David Shrigley. Este balão é do dia de inauguração do Dismaland e encontra-se emoldurado numa tela. Uma tela feita em serigrafia sobre papel é DISMALAND EPHEMERA, ou [MEMORABILIA DE DISMALAND], de 2015. A obra apresenta um caminhão da tropa de choque da polícia abandonado, transformado em local de brincadeira. Duas crianças dançam no teto do caminhão junto à metralhadora acoplada. Um menino escala pela grade do para-brisa e uma menina desce por um escorregador instalado na janela do veículo em ruínas. Em meio ao mato que cresce, o caminhão tem a porta quebrada e ervas daninhas crescendo do teto. A imagem é toda em preto e branco, à exceção de um arco íris acima do caminhão. Entre as imagens desta sala está a emblemática NAPALM, de 2004, reproduzida aqui em serigrafia sobre papel. Napalm, também conhecida como Can’t Beat That Feeling, ou [Não consigo superar esse sentimento], é uma peça originalmente de estêncil baseada na famosa fotografia de uma criança gritando após uma grave queimadura de napalm em meio à Guerra do Vietnã. Neste grafite, podemos ver três personagens. Mickey Mouse, à esquerda da garota, representando uma figura americana clássica com um sorriso e a mão aberta. No meio está a pequena Kim Phuc, a garota da fotografia que foi atacada e queimada depois que as tropas americanas pulverizaram seu vilarejo com napalm. Ela se tornou um ícone da Guerra do Vietnã. À direita, segurando a mão de Kim, está Ronald McDonald, um dos maiores ícones do capitalismo americano. Esta é uma peça reflexiva, mas também sarcástica: uma criança indefesa cercada por duas das maiores representações do consumismo, economia e valores estadunidenses.

Jean Michel Room A presente sala contém obras que tratam da imigração e da crise de refugiados de guerra. Sempre com a ironia característica de Banksy, mesclando elementos violentos ou dolorosos com símbolos de afeto e inocência. Na entrada da sala está emoldurado o BANKSY™ WELCOME MAT, ou [CAPACHO DE BOAS-VINDAS BANKSY™], de 2020. A obra foi feita a partir de fios de tecido de um colete salva-vidas costurados sobre um capacho de porta. As linhas de tecido laranjas do colete costuradas à mão sobre o capacho marrom formam a palavra “Welcome”. A ironia da mensagem de boas vindas, comum em residências é enfatizada pela escolha desse material do colete salva-vidas usado muitas vezes por refugiados de guerra, levando a refletir uma realidade que afeta milhões de seres humanos ao redor do globo. Para esta obra em particular, o artista se uniu a uma organização sem fins lucrativos, “Love Welcomes”, que trabalha em campos de detenção para refugiados na Grécia. No centro da sala, sobre um pedestal, protegida por um cubo de acrílico transparente, está a escultura DREAM BOAT, ou [BARCO DOS SONHOS], de 2015, feita em madeira de fibra de vidro. A obra retrata um barco simples com mais de 30 pequenas estátuas de crianças. A escultura fez parte do parque temático Dismaland, e carrega a ironia de remeter ao mesmo tempo a um passeio num parque de diversões e à luta por sobrevivência de refugiados de guerra. Em uma das paredes, uma tela digital reproduz a obra MEDITERRANEAN SEA VIEW, ou [VISTA DO MAR MEDITERR NEO], de 2017. Na imagem, um belo pôr do sol com luzes quentes de tons amarelo e vermelho que refletem nas nuvens e sobre a espuma branca das ondas que quebram sobre as pedras da praia. O cenário seria idílico, não fossem as bóias de emergência laranjas e os coletes salva-vidas vazios sendo arrastados pelo mar, dando a imaginar um naufrágio e vidas perdidas. Vista do Mar Mediterrâneo foi instalada no saguão do ‘Walled Off Hotel’, projeto do artista na cidade palestina de Belém. A obra foi criada para ser exibida sobre a lareira cheia de entulho no saguão do hotel em estilo colonial. É uma das três pinturas a óleo encontradas no local, cada uma tradicionalmente emoldurada e retratando paisagens marinhas tumultuadas que lembram as pinturas da era romântica, mas com temas atuais. Esta obra justapõe um gênero histórico de belas artes com uma contemporaneidade sombria. Banksy retrabalhou as composições originais adicionando uma série de coletes salva-vidas e boias pintados à mão, uma interferência visual que evoca a morte em massa no mar. Esta obra foi doada ao ABCD Bethlehem, que busca melhorar a vida de crianças com deficiência em toda a Palestina independentemente da fé, raça ou sexo.

Claw Room A obra ANTI-IMMIGRATION BIRDS, ou [AVES ANTI-IMIGRAÇÃO], de 2014, feita em serigrafia sobre alumínio, representa seis pombos em tons de cinza e preto no canto esquerdo, virados para um pequeno pássaro verde e amarelo no canto direito. Pousados sobre um fio de eletricidade, os pombos seguram pequenos cartazes e faixas com os bicos ou entre as asas, como num protesto. Em tradução livre, as placas em inglês dizem: “Migrantes não são bem-vindos”, “Volte para a África” e “Fique longe de nossas minhocas”. Este mural surgiu em Clacton-on-Sea, no leste da Inglaterra. Junto à parede há um banco de praça. Acima do banco, com destaque da iluminação, existe a reprodução da obra SPRAYCATION – CLAW ou [SPRAYCATION – GARRA], de 2021, feita originalmente em tinta spray e estêncil sobre parede. A imagem apresenta uma garra semelhante àquelas de máquinas cheias de brinquedos, presentes em casas de jogos infantis, em que se coloca uma moeda para tentar pescar um prêmio do monte. A Great British Spraycation é uma série de obras de arte de Banksy, realizadas em várias cidades na região de East Anglia, na Inglaterra. A obra APPLAUSE [APLAUSOS], de 2006 foi feita em serigrafia sobre papel. Originalmente trata-se de uma intervenção fotográfica usando o estêncil como técnica principal. A imagem fotográfica em preto e branco apresenta um porta-aviões e um jato militar em vias de decolagem. No canto esquerdo, à margem da pista de decolagem, feitos em estêncil, há dois tripulantes uniformizados com coletes amarelos e capacetes militares. Um dos tripulantes olha para o jato, sinalizando à frente o caminho livre para decolagem. O outro tripulante segura acima de sua cabeça um cartaz escrito à mão com a palavra “aplausos” em inglês. Uma grande reprodução em serigrafia sobre tela emoldurada apresenta MOTHER TERESA, ou [MADRE TERESA], de 2006, uma peça notável da exposição Barely Legal de Banksy em Los Angeles. A obra apresenta a figura de Madre Teresa de mãos unidas em forma de oração e olhando para o céu azulado. A iluminação de cima para baixo incide sobre o rosto da Madre que tem um olhar sereno, enfatizando a religiosidade da cena. Pintada em rosa está a frase “Eu aprendi uma lição valiosa com essa mulher: hidrate-se todos os dias”, em tradução livre. O contraste entre a frivolidade da frase e a aparência sagrada da imagem geram um efeito cômico enfatizado pela tinta branca escorrida dos contornos do rosto da Madre.

Ukraine A presente sala é dedicada às intervenções realizadas por Banksy em novembro de 2022 na Ucrânia. Os sete murais reproduzidos abordam a guerra no país do leste europeu. A instalação representa um cenário de guerra, com escombros de concreto e restos de demolição espalhados pelo chão junto às paredes, onde estão reproduzidos sete murais realizados de Kiev a Borodianka. Projeções nas paredes passam registros em vídeo das ações de Banksy na Ucrânia. O primeiro mural, de 2022, realizado com tinta spray e estêncil sobre parede, retrata uma criança vestida de kimono derrubando um adulto que lembra Vladimir Putin, também de kimono, em uma partida de judô. O mural foi originalmente feito em Borodianka, cidade atingida de forma particularmente violenta por ataques aéreos russos nas primeiras semanas do conflito. O segundo mural, também de 2022, feito com tinta spray e estêncil sobre parede foi pintado na lateral de um prédio danificado por ataques aéreos russos. Ele mostra uma ginasta equilibrando-se em uma perna só sobre uma pilha de escombros. Ela tem na mão uma vareta com uma fita, como aquelas usadas em apresentações olímpicas de ginástica rítmica. O mural ao lado, de 2022, realizado em tinta spray e estêncil sobre muro, representa outra ginasta, desta vez realizando uma parada de mão, com as duas pernas erguidas em direção ao céu. O mural foi originalmente realizado na parede de um edifício residencial bombardeado na cidade de Irpin, na Ucrânia. No quarto mural, feito em tinta spray e estêncil sobre parede, está representado um homem tomando banho de banheira entre os escombros daquilo que restou do andar térreo de um prédio de apartamentos em Horenka, atingido por um bombardeio russo. O homem esfrega as costas com uma escova de mão e sorri. O quinto mural, este realizado na região de Kiev, feito em tinta spray e estêncil sobre parede, retrata as silhuetas em preto de duas crianças pintadas em blocos de concreto na praça da Independência. As crianças estão em posição de quem brinca de gangorra, mas em lugar do brinquedo está um bloqueio militar, chamado de “ouriço”, que consiste em vigas de aço soldadas em cruz, colocadas na rua para impedir a circulação de tanques de guerra e outros veículos. O sexto mural foi realizado originalmente em tinta spray e estêncil sobre a parede de um edifício residencial em Hostomel. Ele retrata uma mulher com roupão de banho usando uma máscara de gás e segurando um extintor de incêndio. A obra foi pintada na estrutura de um prédio bombardeado perto do aeroporto de Antonov, oficialmente reconhecido como patrimônio cultural pela administração militar do assentamento de Hostomel. O sétimo mural, feito em tinta spray e estêncil sobre parede, parece ter incorporado uma pichação já existente de um pênis, transformando-o em uma ogiva nuclear carregada na traseira de um caminhão blindado.

Beco A última sala apresenta uma instalação de muros totalmente tomados por grafites e pixações. Em múltiplas cores, os nomes escritos à mão em diferentes tamanhos reproduzem a estética de becos de grandes centros urbanos. Nomes e assinaturas sobrepostas numa profusão de estilos de escrita. Um manequim em tamanho real representa uma pessoa de casaco preto em gesto de quem escreve no muro. Há na parede uma placa redonda com a palavra “underground” e um latão de metal no canto, coberto de letras, junto uma assinatura colorida formada por setas. Na sala há um orelhão pixado preso a uma das paredes e um fusca estacionado com o farol aceso, também completamente coberto de rabiscos e nomes em spray. Uma tela interativa projeta uma imagem sobre uma das paredes. Os usuários podem utilizar o aplicativo para experimentar a técnica do estêncil, escolhendo uma máscara e utilizando um cursor digital em formato de spray para avaliar os resultados que aparecem na tela.

Despedida Chegamos ao fim dessa impactante experiência. Esperamos que sua visita tenha sido proveitosa, que você saia daqui refletindo sobre as provocações, ironias e temas que nos propõem esse inquietante artista. Na saída da exposição ainda há uma loja onde você pode adquirir uma lembrança dessa jornada. Ali você pode comprar canecas, camisetas, bolsas e outros objetos, para você ou para levar de presente para quem você gosta. Tomara que você tenha gostado! Até a próxima!

MINISTÉRIO DA CULTURA E PRIO Apresentam THE ART OF BANSKY "Without limits" DIREÇÃO GERAL Cicão Chies Dody Sirena  Rafael Reisman Rodrigo Mathias Fernando Ligório  DIREÇÃO ARTÍSTICA & CURADORIA Rafael Reisman DIREÇÃO DE OPERAÇÃO Andrea Orsovay DIREÇÃO EXECUTIVA Carolina Busch Francis Ziembowicz  Rodolfo Maggioni  Thiago Ferreira DIREÇÃO CORPORATIVA Ari Martire Diego Ruiz Otavio Bannwart Sylvia Gomes da Silveira EVENTS Sorina Burlacu Xavier Pacheco Luiz Nazario Ramirez (Desastre) MARKETING & COMUNICAÇÃO Beatriz Ribeiro Dori Neto Diego Nogueira Horácio Brandão (Midiorama Comunicação e Imagem) Luana Luna Lucas Bonini   Lucyano Palheta Marcelo Klein Rose Batista Palma Comunicação  Otavio Bannwart GESTÃO DE PATROCÍNIO Ari Martire Arthur Tardioli Carmella Tonet  Flávia Baldini Rivaldo Guimarães GESTÃO DE OBRAS DE ARTE E INSTALAÇÕES ARTÍSTICAS Julia Borges Araña COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO COMERCIAL Carolina Serodio  Gabriel Cury  João Ianella  Maria Luiza Magri BILHETERIA Gabriele Augusta Leal FINANCEIRO Amauri Carvalho Caio Arruda Cleide dos Santos Daiane Pinheiros Debora Queroz ARQUITETURA E PROJETO EXPOGRÁFICO Patrícia Papassoni  COORDENAÇÃO DE CENOGRAFIA Rodolfo Mauad DESIGN & DIREÇÃO DE ARTE Marlon Aymes PRODUÇÃO E OPERACIONAL Rosana Alves PRODUÇÃO EXECUTIVA Alanys Ramos INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS (MURAIS) Altieri dos Santos Souza Joel Filardo Maia Marcelo Fernandes Pereira PINTURA DE CENÁRIO E ADEREÇOS André Luiz da Silva Evangelista André Ricardo Machado Lucas da Silva Carvalhal dos Santos COORDENAÇÃO DE INFRAESTRUTURA/TÉCNICA Marco Antônio Ferizolla Galasso PRODUÇÃO E OPERACÕES DE MONTAGEM Carlos Alberto Lucas Sinval Barrento de Sá ILUMINAÇÃO Alexandre Soares Diego Pereira da Silva Felipe Hajimu Cornetti Miyake Jose Claudio Pereira Rodrigues  Marcelo dos Santos  Miguel Fernando Santos da Silva OPERAÇÃO DE VENDA DE INGRESSOS Eventim PROJEÇÃO E SONORIZAÇÃO On Projeções Lucas Cabral de Oliveira Ricardo Venier de Macedo  Rodrigo Rodrigues Vinicius Pablo da Silva Rosa Vinicius Rodrigues ELÉTRICA Pablo da Silva Verdimar Ribeiro JURÍDICO Mariana Barci Sylvia Gomes da Silveira MONTAGEM FINA Adão Santana dos Santos Daniele Cristina do Nascimento Evandro da Conceição dos Santos Karuhiro Bedim Kledir dos Santos Pereira Leandro Santos Gomes da Silva Marcus Rodrigues Moises Barbosa Thiago da Silva Machado Wibelson Salustino da Silva CENOTÉCNICA, MARCENARIA E PINTURA Agnaldo Barbosa de Queiroz Andre Passos Daltro Bruno Gonçalves Peixoto Clasio Vieira dos Santos Davi Passos Daltro Alves Marcio Adriano Passos Daltro Ricardo Cavalcanti de Oliveira LYCRA Anderson dos Santos Beilmiro Carlos Junior de Léo Sampaio Jessica Caetano Gusmão Jhony Maicon Pereira da Silva Waldimiro José Gonçalves Junior LIBERAÇÕES E ALVARÁS Dr. Sérgio Castro IMPRESSÃO DE COMUNICAÇÃO VISUAL 24h Impressão Digital  URBE MONITORIA E ATENDIMENTO AO PÚBLICO Kiwi Live Marketing LIMPEZA, SEGURANÇA, CARREGADORES E BOMBEIROS SUNSET AGÊNCIA DE TURISMO LAMPATUR TRANSPORTE INTERNACIONAL E IMPORTAÇÃO Immensum Transmaas @theartofbanskybr #TheArtOfBanksy #Banksy #VillageMall APRESENTAÇÃO PRIO PATROCÍNIO VillageMall Multiplan APOIO Clear Channel Mix 102.1 FM COPRODUÇÃO Blast Entertainment DC Set Groupo Hit Makers REALIZAÇÃO AS Gestão e Marketing Events Muse Marketing e Entertainment EEG Exhibitions Ministério da Cultura