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Imagem de capa da exposição

Ilustres Desconhecidos - Obras de Rogério Ratão

São Paulo

Biblioteca Alceu Amoroso Lima

15/09/2019 - 22/09/2019

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Apresentação

Rogério Ratão

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ILUSTRES DESCONHECIDOS Em Ilustres Desconhecidos, as esculturas em bronze do escultor e ceramista Rogério Ratão eternizam artisticamente as imagens de pessoas comuns e desconhecidas. Em suas obras, Ratão cria personagens, corpos e outras formas tridimensionais inspiradas pelo estilo Art Déco e pelo fenômeno dos selfies, do estrelismo e dos perfis, que vivemos com as redes sociais. São figuras de pessoas comuns, com nomes comuns, chamadas pelo artista de “ninguenzada”, que ao serem transformadas em esculturas fazem relação direta com o universo por vezes fantasioso mostrado nas redes sociais. Com isso, o artista nos convida a refletir sobre as dimensões do público e do privado e como essas diferentes instâncias no contemporâneo se mesclam e, por vezes, se fundem, não deixando espaço para marcas singulares. Sobre o artista Rogério Ratão na infância gostava de representar, desenhar e pintar. Após a perda da visão, cresceu seu interesse e amor pela escultura e, posteriormente, pela cerâmica. Em seu trabalho, experimenta materiais e testa sua sensibilidade fazendo do próprio corpo seu gabarito e do torno a ferramenta para encontrar o centro das coisas. Sobre o Sem Barreiras A exposição Ilustres Desconhecidos compõe a programação do Sem Barreiras – Festival de Acessibilidade e Artistas com Deficiência, uma realização da Prefeitura de São Paulo, por meio das Secretarias Municipais de Cultura (SMC) e da Pessoa com Deficiência (SMPED). O Festival nasceu da experiência com o Programa Cultura Inclusiva, que tem como objetivo promover acessibilidade comunicacional em equipamentos municipais de cultura, oferecendo, além de acessibilidade arquitetônica, recursos de Libras, audiodescrição e legenda para munícipes com deficiência. A ideia é divulgar o importante trabalho realizado pelos artistas com deficiência, trazendo reconhecimento e visibilidade para cada um, seja no teatro, na música, dança ou em qualquer outra manifestação cultural. Através da cultura, a deficiência pode ser vista e entendida de uma outra forma, valorizando o potencial de cada pessoa.

A Banhista

A Escultura em Bronze, de 2018, tem 24 centímetros de altura, por 32 centímetros de largura e 32 centímetros de profundidade

Rogério Ratão

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A Banhista A Escultura em Bronze, de 2018, tem 24 centímetros de altura, por 32 centímetros de largura e 32 centímetros de profundidade. A escultura em tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. Ela retrata uma figura feminina sentada dentro de uma enorme bacia. A bacia é grande em relação à proporcionalidade do corpo da mulher. Ela está nua, sentada com as pernas cruzadas, seus cabelos lisos estão presos em um coque. Sua cabeça está levemente inclinada para baixo e ela olha em direção a sua mão esquerda com a qual ergue o seio esquerdo. Seus seios são pequenos e empinados. Sua mão direita está em sua nuca, como se ela se esfregasse. A mão na nuca, a cabeça inclinada e a outra mão no seio, dão um leve movimento a figura feminina, como se ela estivesse se lavando. Podemos ver o seu umbigo na barriga reta e o seu sexo nu. As feições de seu rosto são delicadas e discretas e não são tão definidas, conferindo um ar de tranquilidade e placidez à mulher que se banha na bacia.

O Banhista

Escultura em bronze, de 2018. Tem 28 centímetros de altura, por 32 centímetros de largura e 32 centímetros de profundidade.

Rogério Ratão

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O Banhista Escultura em bronze, de 2018. Tem 28 centímetros de altura, por 32 centímetros de largura e 32 centímetros de profundidade. A escultura tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. Ela retrata uma figura masculina sentada dentro de uma enorme bacia. A bacia é grande em relação a proporcionalidade do corpo do homem. Ele está nu, sentado com as pernas cruzadas, uma delas está erguida com o joelho para o alto e a outra está deitada encostada no fundo da bacia. Seus cabelos são curtos com duas discretas entradas na testa formando uma ponta no centro dela. No cabelo da figura masculina há algumas formas circulares, uma maior no topo da cabeça, três menores na parte trás e uma média na altura da nuca como se fosse um pequeno coque. Seu nariz é protuberante começando no arco das sobrancelhas e é largo na base. Os seus olhos são bem redondos e a boca estreita e larga, com lábios bem finos em um risco. Ele tem o tórax largo. Sua mão esquerda está sobre o joelho esquerdo que está erguido e a mão direita está sobre o joelho esquerdo que está deitado. Na barriga a leve depressão que forma o umbigo e mais abaixo o leve contorno de seu pênis. As feições de seu rosto indicam uma expressão grave e concentrada.

Jaime

A escultura em bronze, de 2018, tem 33 centímetros de altura, por 19 centímetros de largura e 14 centímetros de profundidade.

Rogério Ratão

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Jaime A escultura em bronze, de 2018, tem 33 centímetros de altura, por 19 centímetros de largura e 14 centímetros de profundidade. Está obra faz parte de uma série com cinco esculturas, a série se chama “Ilustres Desconhecidos”. A peça de bronze está sobre uma base redonda de mármore preto. A própria escultura em bronze tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. Ela retrata uma figura masculina dos joelhos para cima. O homem tem os cabelos curtos, o nariz levemente arrebitado, seus lábios largos estão entreabertos num discreto sorriso. Seus olhos são pequenos e as suas orelhas são ligeiramente destacadas. Ele veste uma camisa simples de mangas compridas com uma gola reta sem colarinho. A sua mão esquerda está enfiada no bolso da camisa e com o braço direito dobrado ele segura um objeto, que não é possível identificar, contra o peito. Com esta série de esculturas Ratão faz uma provocação. O artista faz com estas obras uma relação direta com os dias de hoje, as primeiras décadas do século XXI, com o mundo da “selfie”, do estrelismo, do perfil quase sempre fantasioso publicado nas redes sociais. Será que muitas dessas “Pessoas Ilustres” que gostam de se exibir virtualmente não teriam elas também seus retratos fundidos em bronze, se pudessem?

Leonor

Escultura em bronze feita em 2013, que mede 48 centímetros de altura, por 23 de largura e 14 de profundidade.

Rogério Ratão

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Leonor Escultura em bronze feita em 2013, que mede 48 centímetros de altura, por 23 de largura e 14 de profundidade. Esta obra faz parte de uma série com cinco esculturas, chamada “Ilustres Desconhecidos”. A escultura de bronze está sobre uma base quadrada de mármore preto. A escultura tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. É uma figura feminina retratada de corpo inteiro. Seu rosto é arredondado e ela tem os cabelos lisos em um corte Chanel indo até a altura do queixo. Ela tem as sobrancelhas arqueadas em uma expressão de desprezo, ou superioridade. Seu nariz é delicado, a boca é pequena e tem os lábios finos, seu queixo é anguloso com o pequeno ponto protuberante ao centro. Ela usa um longo e reto vestido com gola em “V”. O vestido tem mangas longas e vai até os pés da mulher, deixando apenas a ponta de seus sapatos de bico fino à mostra. Ela usa uma echarpe que pende de seu pescoço indo até a altura de sua cintura. Além da expressão altiva ela está parada em uma pose elegante com seu braço esquerdo esticado ao longo do corpo e mão direita apoiada na cintura, com o braço arqueado. As obras que fazem parte da série de cinco esculturas “Ilustres Desconhecidos” são retratos de personagens que Rogério Ratão criou inspirado no estilo “Art Déco”. Este estilo tem seu nome originado da abreviação de Artes Decorativas e seu ápice foi nos anos 20 do século passado. A própria figura feminina retratada nesta escultura tem seu corte de cabelos e suas vestimentas tipicamente reconhecíveis como sendo dos anos 20 deste século passado.

Mário

Escultura em bronze. de 2018. Tem 33 centímetros de altura, por 18 centímetros de largura e 18 centímetros de profundidade.

Rogério Ratão

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Mário Escultura em bronze. de 2018. Tem 33 centímetros de altura, por 18 centímetros de largura e 18 centímetros de profundidade. Esta obra faz parte de uma série com cinco esculturas. A série se chama “Ilustres Desconhecidos”. A peça de bronze está sobre uma base quadrada de mármore preto. A escultura em bronze tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. Ela retrata uma figura masculina sentada sobre uma cadeira que tem a base redonda assentada sobre a base de mármore. O homem está sentado na cadeira em uma pose altiva e aristocrática. Ele usa terno e gravata. Seus cabelos são curtos e lisos e estão penteados para trás revelando as grandes entradas em sua testa. Sua expressão blasé se acentua pelos olhos pequenos, o nariz delicado e a boca também pequena que está entreaberta. Seu rosto é fino e o queixo é pequeno, terminando em uma papada que acentua a percepção de desprezo em sua feição. Ele veste uma camisa de colarinho alto com gravata, um paletó fechado e calça. Suas duas mãos estão apoiadas em sua coxa esquerda, uma sobre a outra. Ele usa sapatos e está com os pés cruzados um sobre o outro reforçando a ideia de relaxamento e distinção presente nesta figura masculina. Apesar da ideia de distinção e elegância presente na escultura, ela continua fazendo parte destes “Ilustres Desconhecidos” que se perdem na multidão das grandes cidades.

Otávio

Escultura em bronze, de 2013, com 28 centímetros de altura, por 26 de largura e 16 de profundidade.

Rogério Ratão

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Otávio Escultura em bronze, de 2013, com 28 centímetros de altura, por 26 de largura e 16 de profundidade. Esta obra faz parte de uma série com cinco esculturas, chamada “Ilustres Desconhecidos”. A peça de bronze está sobre uma base quadrada de mármore que tem tonalidades amarronzadas. A própria escultura em bronze tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. A escultura é o busto de uma figura masculina com o rosto magro e comprido, seu queixo é arredondado e proeminente. Seus cabelos são curtos e tem acentuadas entradas que deixam os cabelos, no centro de sua testa, com uma forma em “V”. O seu nariz tem a base larga e se inicia na curvatura das sobrancelha. A boca é pequena e está entreaberta. Os seus olhos são levemente desnivelados, um mais alto que outro. Seu rosto está levemente voltado para esquerda. Ele veste uma camisa simples com gola reta e sem colarinho. As esculturas em bronze são feitas primeiro em modelo de gesso. Depois o modelo em gesso é recoberto por uma camada de silicone e poliuretano, formando um negativo - ou molde - do modelo original, em seguida um material refratário, que suporta temperaturas elevadas, é derramado no molde de silicone. Este molde passa por vários processo até estar pronto para receber o bronze fundido que se solidifica em seu interior, dando origem a escultura em bronze.

Eugênia

A escultura em bronze de 2013, tem 27 centímetros de altura, por 22 centímetros de largura e 15 centímetros de profundidade.

Rogério Ratão

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Eugênia A escultura em bronze de 2013, tem 27 centímetros de altura, por 22 centímetros de largura e 15 centímetros de profundidade. Está obra faz parte de uma série com cinco esculturas. A série se chama “Ilustres Desconhecidos”. A peça de bronze está sobre uma base quadrada de mármore que tem tonalidades amarronzadas. A própria escultura em bronze tem uma tonalidade marrom escura com pouco brilho. Ela retrata uma figura feminina e é um busto. O busto é uma representação muito comum em pinturas e esculturas, que exibe apenas a cabeça, os ombros e a parte superior do torso da pessoa retratada. Neste busto a figura feminina tem o cabelo Chanel, que é um corte curto, rente à nuca, que ficou assim conhecido por conta da estilista Coco Chanel. Neste caso os cabelos da figura feminina são curtos e lisos, mais curtos à direita, ficando na altura da orelha e mais compridos à esquerda descendo até a altura do queixo. Seu nariz é protuberante e um tanto largo. O traço do nariz se inicia na curvatura das sobrancelhas da mulher, indo até um pouco acima da boca onde é mais proeminente. Seus olhos são pequenos assim como a boca que tem os lábios finos e está entreaberta. Seu queixo é anguloso e seu maxilar é quase quadrado, conferindo força e altivez ao seu rosto. A sua blusa está entreaberta deixando a mostra seu pescoço e parte do seu colo, que é a parte do tronco feminino um pouco acima dos seios. Seu pescoço é grosso e os ossos da clavícula, um pouco acima do colo, são salientes. Os bustos servem, em geral, para homenagear pessoas ilustres, mas nesta obra Rogério Ratão subverte essa lógica e retrata uma pessoa comum eternizando sua imagem.